Dia Internacional da Mulher: três histórias inspiradoras

Todo dia é dia delas, mas em 8 de março comemoramos oficialmente o Dia Internacional da Mulher. A data faz referência a uma manifestação de russas por melhores condições de trabalho para todas e contra a entrada do país na Primeira Guerra Mundial, em 1917. O movimento ficou conhecido como “Pão e Paz” e seus ideais (não violência e igualdade) ganharam o mundo.

Porém, só em 1945, com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), diferentes países assinaram o primeiro acordo global sobre igualdade entre homens e mulheres. Trinta anos depois, veio o Ano Internacional da Mulher e, em 1977, o 8 de março foi consagrado como dia de celebrá-las e de reforçar a importância das mulheres na sociedade.

Para comemorar, escolhemos três histórias de mulheres inspiradoras e seus projetos. Vale a pena conhecer:


Luciana Quintão - Banco de Alimentos

Luciana Quintão, do Banco de Alimentos (Foto: Printec Comunicação)Luciana Quintão, do Banco de Alimentos (Foto: Printec Comunicação)         Segundo a Embrapa, quase um terço de toda a comida produzida no Brasil acaba no lixo. Os efeitos vão além do desperdício - o meio ambiente, por exemplo, é afetado, pois boa parte dos gases que poluem o planeta vem da decomposição de alimentos in natura.

Com isto em mente, a economista Luciana Quintão decidiu colocar a mão na massa e ajudar a minimizar o problema. Em 1998, fundou a ONG Banco de Alimentos, que diariamente coleta e distribui alimentos que seriam jogados fora por lojas, supermercados e restaurantes, embora estivessem bons para o consumo. São beneficiadas 42 entidades filantrópicas da Grande São Paulo. 

Além de colocar comida na mesa, a ONG se preocupa em instigar um novo olhar sobre a alimentação, passando noções de reaproveitamento de ingredientes e compartilhando receitas. Isto, em vídeos disponíveis na página online e por meio de oficinas ministradas pelo pessoal da instituição. 

Atualmente, o Banco de Alimentos beneficia 22 mil pessoas, para quem já distribui mais de seis mil toneladas de comida. 

 



Alice Freitas, Rachel Schettino e Miriam Lima - Rede Asta

Alice Freitas, Rachel Schettino e Miriam Lima, da Rede Asta (Foto: Rede Asta/Divulgação)  Sabe aquela mulher sonhadora, que quer abraçar o mundo? E aquela outra, pragmática, com pés no chão, pronta para transformar sonhos em realidade? Pois bem, em algum momento elas se encontraram e criaram um projeto que mudou a vida de muita gente. Do encontro de Alice Freitas e Rachel Schettino, duas ex-executivas de multinacionais que se esbarraram pelos caminhos da vida, surgiu a Rede Asta, negócio social que fomenta a produção de artesanatos em diversas parters do Brasil e os vende a grandes empresas e ao varejo.  

De ponto em ponto, dando linha à criatividade e ao empreendedorismo, elas ajudam diversos grupos produtivos formados principalmente por mulheres a produzir objetivos de decoração e roupas, a partir de recortes de tecidos e materiais reciclados. Com oficinas de produção e uma rede de vendas, a Rede Asta, que hoje conta também com Miriam Lima como representante em São Paulo, fomenta a renda de 1200 artesãs, movimentando quase R$2 milhões por ano e sendo inclusiva para quem faz e para quem compra, como diz o slogan da empresa social.

“O olhar focado no ser humano e a criação de oportunidades para quem nunca as teve são o coração do nosso negócio. Trabalhamos com alma, movidas por propósitos e com o foco na colaboração e não na competição”, explica Alice Freitas. Legal, né?



Gina Vieira - Mulheres Inspiradoras

Gina Vieira, do projeto Mulheres Inspiradoras (Foto: Dênio Simões/Agência Brasília).Gina Vieira, do projeto Mulheres Inspiradoras (Foto: Dênio Simões/Agência Brasília)     As mulheres precisam se valorizar e, para isto, precisam de bons exemplos. E eles não faltam. Com esta ideia, a professora de português da rede pública de Brasília Gina Vieira criou, em 2014, o projeto “Mulheres Inspiradoras”. 

Ele consiste na apresentação de livros de autoras clássicas e modernas, como a brasileira Cora Coralina e a vencedora do Nobel da Paz Malala Yousafzai, que em sequência são debatidos por alunos do Ensino Médio. Em um momento posterior, meninos e meninas conhecem a biografia de dez mulheres, com histórias de vida bastante variadas. O objetivo é mostrar que, independente da origem e da classe econômica, elas podem mudar o mundo.

O projeto ainda mobiliza a comunidade da escola, chamando mulheres de lá que tenham uma história de vida marcada pela luta, para compartilharem suas experiências. Por fim, pede para os jovens indicarem as mulheres inspiradoras de suas vidas e os incentiva a escreverem sobre elas.

Quem leu, garante que os textos são emocionantes. Tanto que fizeram o projeto ganhar diversos prêmios de práticas educativas, a ponto de ser estendido a outras 15 escolas do Distrito Federal.

Mas a maior conquista, garante Gina, foi a mudança na atitude de alunos e seus parentes. Os meninos, em muitos momentos, reconheceram atitudes machistas que precisam ser abandonadas, e as meninas enxergaram com maior clareza que não faltam motivos para se orgulhar. Mães e avós, protagonistas mais frequentes dos relatos pessoais dos alunos, por sua vez, garantem que nunca haviam sido tão elogiadas e reconhecidas - uma elevação enorme da autoestima.


Há maior valor para esse Dia Internacional das Mulheres?